A sexualidade feminina e suas variações é o foco central do documentário “De dentro do meu sexo”, produzido por uma equipe de alunos do quarto nível do curso de Produção Audiovisual - Cinema e Vídeo da PUC/RS.
No documentário, as diferenças entre três personagens – uma travesti, uma transexual e uma mulher – são mostradas sob três ângulos: de gênero, considerando os aspectos físicos, biológicos e psicológicos; da própria imagem de sexualidade e de sensualidade; e do ato sexual em si.
A diretora Ana Laura Corrêa Albornoz, 21, diz que a curiosidade em se aprofundar na vida das pessoas que usam a prostituição como atividade rentável levou o grupo a pesquisar sobre o tema da sexualidade feminina. “O documentário foi ganhando forma e passou a discutir a diversidade do feminino que sempre foi minha obsessão”, conta.
Segundo Albornoz, “De dentro do meu sexo” é um discurso em primeira pessoa sobre sexualidade. “São figuras femininas contanto a história da construção da individualidade sexual. Como cada uma vê o seu ‘ser feminino’ e como cada uma lida com o próprio sexo”, explica.
Para a diretora, o conceito de masculino e feminino é muito mais amplo do que apenas uma constatação biológica. “É um estado que transcende qualquer conceito pragmático. O filme traz à tona essa questão das variações dos sexos. Através destas personagens se tem uma visão das diferenças e semelhanças entre elas. O fato de abordarmos a sexualidade feminina pelo olhar de uma travesti, uma transexual e uma mulher é uma forma de ampliar o tema e derrubar tabus que fazem com que não se discuta o tema com naturalidade”, defende.
Selecionadas através de pré-entrevistas, Cris, Simone e Jane são as personagens do documentário. Segundo Albornoz, elas têm diferentes históricos de sexualidade, “mas cada uma representa uma parte do papel do feminino na sociedade porto-alegrense”. Sobre a importância do tema discutido no filme, a diretora cita uma frase do livro “O Segundo Sexo: A experiência vivida”, da escritora francesa Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino.”
segunda-feira, 11 de junho de 2007
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